A ORIGEM DO CHIMARRÃO

CHIMARRÃO


chimarrão, ou mate, é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul legada pelas culturas indígenas caingangueguaraniaimará e quíchua. É composto por uma cuia, uma bombaerva-mate moída e água a aproximadamente 70 graus Celsius. O termo mate (oriundo do quíchua mati)[1] como sinônimo de chimarrão é mais utilizado nos países de língua castelhana. O termo "chimarrão" é o mais adotado no Brasil, sendo um termo oriundo da palavra castelhana rioplatense cimarrón.[2] O termo "chimarrão" pode, ainda, designar qualquer bebida (caféchá etc.) preparada sem açúcar; o gado domesticado que retornou ao estado de vida selvagem; e o cão sem dono, bravio, que se alimenta de animais que caça.[2]
Os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios guaranis, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios ParanáParaguai e Uruguai na época da chegada dos colonizadores espanhóis; e os índios caingangues,[3] que habitavam o Rio Grande do SulSanta CatarinaParaná e Misiones.[4] Da metade do século XVI até 1632, a extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província Del Guayrá, território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual foram fundadas três cidades espanholas e quinze reduções jesuíticas.[5]
O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerado "erva do diabo" pelos padres jesuítas das reduções do Guairá. A partir do século XVII, no entanto, os mesmos mudaram sua atitude para com a bebida e passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar a população local do consumo de bebidas alcoólicas.[6]


O chimarrão é montado com erva-mate moída, adicionada de água quente (sem ferver, aproximadamente 70°C). Tem sabor amargo, dependendo da qualidade da erva-mate. A erva pronta para o uso consiste em folhas e ramos finos de Ilex paraguariensis (menos de 1,5 milímetros), secos e triturados, passados em peneira grossa, de cor que varia do verde ao amarelo-palha, havendo uma grande variedade de tipos, uns mais finos, outros mais encorpados, vendidos a diversos preços. O predomínio de folhas ou talos em sua composição, bem como sua granulometria, variam de região para região.
Um aparato fundamental para o chimarrão é a cuia, vasilha feita do fruto da cuieira ou do porongo, que pode ser simples ou mesmo ricamente lavrada e ornada em ouroprata e outros metais, com a largura de uma boa caneca e a altura de um copo fundo, no formato de um seio de mulher (no caso do porongo) ou no de uma esfera (no caso da cuieira). Há quem tome chimarrão em outros recipientes, mas a prática é geralmente mal vista.
O outro talher indispensável é a bomba ou bombilha, um canudo de cerca de seis a nove milímetros de diâmetro, normalmente feito em prata lavrada e muitas vezes ornado com pedras preciosas, de cerca de 25 centímetros de comprimento, em cuja extremidade inferior há um pequeno filtro do tamanho de uma moeda e, na extremidade superior, um bocal, muitas vezes executado em folhas de ouro para evitar a oxidação de metais menos nobres.

LINHA CAMPEIRA:https://youtu.be/i8kfZnGIfeQ

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